Por: Ricardo Brizzi, angiologista e cirurgião vascular. É membro da Sociedade de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro. Responsável pelo setor de cirurgia vascular e endovascular dos Hospitais Badin, Israelita e Norte D’Or e diretor da Clínica Varilaser.
As grávidas precisam ter uma atenção ainda maior no isolamento social, para evitar contaminação durante a gestação. A palavra de ordem é prevenção e por isso, para que a saúde a saúde estar em dia, deve-se cuidar bem do corpo e da alma para a chegada do bebê. A gestação é um dos momentos mais especiais na vida de uma mulher. Com as mudanças hormonais ocasionadas pelo momento, existem as mudanças físicas. Uma das preocupações são os problemas circulatórios. Para aquelas mulheres que já apresentam históricos de varizes, é um período de cuidados redobrados. Cerca de 40% das grávidas apresentam o problema e fatores como histórico familiar e obesidade, contribuem para a formação do quadro neste período.
As varizes surgem ou ficam mais acentuadas durante a gravidez devido à pressão do útero em crescimento sobre as veias pélvicas e a veia cava inferior (uma grande veia da parte direita do corpo que recebe sangue dos membros inferiores e de boa parte dos órgãos pélvicos e abdominais). Com o desenvolvimento da gestação e aumento do peso do bebê essa pressão aumenta ainda mais. Os níveis de progesterona também influenciam. A elevação desse hormônio provoca o relaxamento das paredes dos vasos sanguíneos.
Se não dá para evitá-las para quem já tem propensão, pode-se minimizar o problema com algumas condutas no dia a dia. O exercício físico é super importante. Uma caminhada leve já traz um benefício enorme para a circulação sanguínea. Trabalhar as panturrilhas também é importante. Não ganhar muito peso, fazer uso de meias elásticas e sempre a noite, quando chegar em casa, elevar as pernas. Isso ativa a pressão do útero contra a veia, diminuindo assim a pressão nas extremidades inferiores. Evitar ficar muito tempo em pé ou sentada também são ações importantes para combater o inchaço e as varizes e deitar do lado esquerdo para evitar comprimir a veia do abdômen também ajuda a aliviar os sintomas.
A maior parte do problema regride com o fim da gravidez, mas para aquelas veias que não sumirem, o tratamento pode ser feito a partir do terceiro mês após o nascimento do bebê. Vale lembrar que não é proibido tratar as varizes durante a gravidez – mas não pode ser com uso do laser – mas não é conveniente. As varizes podem retornar mesmo após o tratamento. A genética de um modo geral, junto com os fatores secundários – depilação com cera quente, obesidade, sedentarismo, etc. – podem favorecer o reaparecimento das varizes.
Vale lembrar que apesar do inchaço ser comum durante a gestação, é importante o médico ficar atento com a pressão arterial da gestante ou perda de proteínas pela urina. Neste caso, os sintomas podem indicar uma pré-eclâmpsia, doença específica da gravidez que provoca parto prematuro e traz riscos para a mãe e o bebê.
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